segunda-feira, 19 de julho de 2010

Os 5 piores empregos da ciência

5º Curador de um museu de cocô
Desde a década de 1970, Jim Mead recolhe fezes de bichos pré-históricos e modernos para pesquisas. O material, depois de seco, é armazenado em caixas próprias, constituindo um verdadeiro museu. Hoje, a sua coleção abrange cerca de 13 mil espécies e o cara virou referência no assunto: quando cientistas precisam identificar um pedaço de esterco, é só enviar para ele que o mistério está resolvido. Além disso, o museu permite que pesquisadores de todo o mundo usem as amostras para estudar o DNA ou recriar as dietas antigas desses animais, bem como encontrar informações sobre a sua saúde e o ambiente em que viviam.


4º Coletor de gosma oceânica
O trabalho do pesquisador Antonio Pusceddu, da Universidade Politécnica de Marche, na Itália, é pular no mar e recolher um material liberado pelo plâncton (organismos minúsculos que são a base da cadeia alimentar dos ecossistemas aquáticos) para ser estudado em laboratório. Conhecida como “mucilagem marinha”, trata-se de uma massa de muco enorme e gelatinosa que vai abraçando tudo o que encontra pelo caminho (incluindo um monte de bicho morto e bactérias), o que lhe dá um aroma todo especial de frutos do mar com ovos podres. Há séculos o mar Mediterrâneo tem presenteado a costa leste da Itália com essas melecas, mas nos últimos meses isso tem sido mais frequente. Culpa do aquecimento global, provavelmente.

3º Detetive de cheiros
Assim como nossas impressões digitais, o nosso cheiro também é único e serve para nos identificar. Ok, os cachorros sempre souberam disso. Mas o pesquisador George Preti, do Monell Chemical Senses Center, na Filadélfia, está tentando isolar os componentes que nos dão um perfume exclusivo. Desde 1973, ele tem coletado odores humanos, dando preferência para os cheiros do sovaco, boca e urina. Haja nariz – e estômago. Até o governo americano ajudou a financiar a pesquisa como parte de um projeto de detecção química. Preti ainda não conseguiu isolar e descrever os componentes, mas está desenvolvendo formas de farejar certos tipos de câncer, como melanoma e carcinoma do ovário.

2º Dissecador de baleias
Os pesquisadores do Museu de História Natural de Santa Bárbara, na Califórnia, estudam restos mortais de animais marinhos que aparecem nas proximidades. Quando o bicho é enorme como uma baleia, o trabalho de dissecação precisa ser feito ali na praia mesmo – e aí é com Michelle Berman, curadora de zoologia de vertebrados do museu. Ela e sua equipe vestem uma capa amarela impermeável, vão cortando a gordura da baleia em tiras de alguns metros de comprimento com um punhal e então abrem caminho para que possam se enfiar lá dentro. Ali, além de terem sangue de baleia até os joelhos, os pesquisadores ainda precisam enfrentar óleos e outros fluidos do animal grudando na pele e no cabelo. Segundo Berman, o cheiro (metálico no começo, por causa da enorme quantidade de ferro no sangue, e podre depois que a decomposição começa) pode ficar impregnado na pessoa por anos. Como se isso não bastasse, ainda existe o risco de o bicho explodir por causa do acúmulo de gases dentro dele, se o corte for feito da maneira errada.


1º Transplantador de fezes
Isso ocorre em alguns poucos hospitais nos Estados Unidos, mas existe – e é feito pelo nariz do paciente! Eficaz para curar pessoas infectadas pela bactéria Clostridium difficile, que acaba com a flora intestinal e provoca uma diarréia fortíssima que pode matar, o transplante fecal ajuda a recolonizar o intestino com os microorganismos necessários. Geralmente, as fezes são recolhidas de um parente saudável e misturadas com uma solução salina. O material é então levado até o intestino delgado do doente através de um tubo nasal.

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